segunda-feira, 5 de maio de 2008

RORAIMA SEM RORAIMENSE

Não é só o conflito na Terra Indígena Raposa Serra do Sol

O mais difícil de se encontrar em Roraima é roraimense: tem americano, japonês, francês... A identidade com a terra está se perdendo.

Em uma das poucas rodovias que existe em direção ao Brasil (Boa Vista-Manaus, 800 km aproximadamente) existe um trecho dentro da reserva Waimiri Atroari no qual só se passa entre 6 e 18 horas. Nas 12 horas restantes a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI) para que não sejam incomodados.
Detalhe: só não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos estrangeiros.

Em quase 90% dos territórios indígenas ninguém, exceto americanos, entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.
Detalhe: pasmem (!), sem autorização da FUNAI, mas com autorização dos americanos, entra-se.


A maioria dos índios fala a língua nativa, o inglês ou o francês.
Detalhe: a maioria não fala português.

Na entrada de algumas reservas hasteiam bandeiras estrangeiras.

É comum encontrar americanos caçando borboletas, joaninhas e outros bichos para catalogá-los. Detalhe: um brasileiro que quiser constituir uma empresa de exportação de plantas e frutas típicas, medicinais, ou outros componentes naturais, pagará “royalties” a empresas estrangeiras que patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia.

O conceito de nação implica em soberania. Detalhe: as áreas demarcadas recebem o nome da nação indígena respectiva.
O que acontecerá se outra nação resolver “libertar” os índios brasileiros?

Os Estados Unidos estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próxima à fronteira brasileira, numa parceria com o governo colombiano. Objetivo? Combater o narcotráfico!
O Brasil mantém suas fronteiras abertas para as Guianas e a Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês.

Por que estrangeiros protegem tanto os índios brasileiros?
A resposta da gente do lugar é sempre e absolutamente a mesma: “porque as terras indígenas, além das riquezas animais e vegetais e da abundância de água, são extremamente ricas em ouro (encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério, e, as reservas do norte de Roraima e do Amazonas são ricas em petróleo.

O Brasil perderá a Amazônia?
A resposta de uma senhora simples, mas muito bem informada, vendedora de suco e água numa rodovia próxima de Mucajaí:
“Irão não minha filha. Tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa”.

Essas pessoas estão gritando por socorro e precisam ser ouvidas.

Informações recebida de Augustus César, doutorando da FEAGRI/UNICAMP. Mapas: www.rr.gov.br/cidadao.php?area=emedio





Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de esclarecer que a mensagem sobre o texto intitulado, Roraima: Acho que devemos saber!!!, foi recebida por mim em 2004 e como já tinha ouvido comentário semelhante por colegas meus, que participaram do Projeto Rondon em 1975, no interior do Pará, repassei-a para algumas pessoas do meu circulo de amizade, via e-mail.
Não emiti nenhuma opinião pessoal, bem como não conheço a pessoa que subscreve como autora do relato, Mara Silvia Alexandre Costa - Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag. Patog. -FMRP – USP.

Em virtude de meu nome e endereço ficarem vinculado à mensagem, já recebi mais de mil e-mail's e telefonemas de pessoas me pedindo confirmação, relatando fatos semelhantes e tenho respondido sempre da forma supracitada.
Algumas me sugeriram, para fins de esclarecimentos, a leitura sobre o assunto nos seguintes sites:
http://www.pralmeida.org/04Temas/07Amazonia/00Amazonia.html
http://www.quatrocantos.com/LENDAS/145_roraima.htm

Apresento minhas desculpas, por possíveis transtornos ocorridos e pelo tempo despendido, àqueles que receberam o texto e têm me enviado mensagens sobre o mesmo.
Disso tudo me fica a certeza de que muitas pessoas ainda não perderam a capacidade de se indignar e ainda têm um forte sentimento de civismo e brasilidade, apesar de todos os problemas morais e sociais (corrupção, violência etc.) que presenciamos nos noticiários no dia-a-dia.
Atenciosamente,
Celso Oliveira